QUARESMA: quando a cruz nos conduz à Páscoa!

O cristão não deve se envergonhar da cruz de Cristo. A cruz de Jesus é sinal de salvação e nos conduz à verdadeira libertação. Somos convidados a experimentar na nossa vida, diante das agruras e sofrimentos do nosso cotidiano, os mesmos sentimentos e propósitos de Jesus. Não nos entristeçamos quando a nossa cruz se faz pesada demais. Não vivamos a nos lamentar quando as nossas dores e sofrimentos se fazem insuportáveis. Olhemos para a cruz de Jesus. Aliás! Não apenas olhemos, mas contemplemos a cruz do nosso Salvador. Ela sempre será a nossa força, o nosso sustento, a nossa inspiração a fim de que possamos nos encontrar verdadeiramente, como filhos e filhas de Deus. Ao assumir a sua cruz, Cristo se doa a cada um de nós. Nestes dias de quaresma que estamos prestes a iniciar, fazemos a memória dos principais momentos da vida de Jesus. Celebramos fortemente os mistérios da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Não celebramos um Deus derrotado ao ser morto numa cruz. O caminho que Jesus percorreu é repetido sempre por cada um de nós. Se hoje experimentamos sinais de conflitos e de dificuldades, necessitamos viver o hoje de nossa dor, percorrer este caminho doloroso, na certeza de que cedo ou mais tarde sentiremos a alegria da vitória ao resolvermos tudo aquilo que hoje nos inquieta. Exercitamos o dom da paciência e da perseverança, características sublimes à nossa fé. Ao alcançarmos esta alegria tão almejada, vivemos a Páscoa de Jesus em nossas vidas. Por isto, volto a dizer: não tenhamos vergonha da cruz que Jesus assumiu para nos salvar! Ela nos remete a uma certeza muito maior em nossas vidas. Somos criaturas pascais. É por isto que ao sepultarmos nossos entes queridos, colocamos diante do sepulcro o símbolo da cruz. Nossa fé nos afirma que a ressurreição é a nossa alegria. O suporte para experimentarmos a vida eterna. No túmulo não colocamos uma placa com um ponto final, representando que aquele nosso irmão falecido teve o seu fim. Também não colocamos um ponto de exclamação como se disséssemos: a vida para este que acabamos de sepultar, acabou! Muito menos colocamos um ponto de interrogação para representar nossas dúvidas acerca do que espera este que faleceu. Colocamos uma cruz. A cruz é expressão verdadeira de uma vida transformada. O nosso Deus não mais está na cruz. Passou por ela sim! Porém hoje vive e nos convida a vivermos com Ele. Nos apeguemos ao que diz São Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor 15,13-14). Para encerrar estas minhas palavras, novamente a salutar mensagem paulina corrobora a reflexão que aqui faço com vocês: “Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo” (Gl 6,14). Abracemos a cruz, pois, como já dizia a bem-aventurada Madre Rosa Gattorno, "só através da cruz se aprende a amar". Que a Quaresma seja fecunda a todos!