Continuamos nossa caminhada rumo à Páscoa. Refletindo, analisando,
buscando veracidade em nosso agir. Zelando os princípios da Palavra de Deus em
nossa vida.
Diante deste contexto, as leituras bíblicas para o terceiro domingo da
quaresma deste ano de 2013, fazem-nos um forte apelo à conversão. No evangelho
(Parábola da Figueira Estéril – Lc, 13,1-9), Jesus não faz pouco caso do triste
fato ocorrido: a morte dos galileus, mediante a hipocrisia de Pilatos. Os
fariseus acreditavam ser um castigo de Deus. “Fizeram por merecer!” Jesus não apenas contesta este pensamento
como também diz: “Acaso os que morreram
tragicamente na torre de Siloé, também foram castigados por Deus? Se vocês
acreditam nisto. Se assim pensam que Deus age, então vocês irão morrer do mesmo
jeito! Pois Deus os castigará também de tanto fazerem mal ao povo”.
Deus não castiga, pois Deus é amor. Deus educa, ajuda, favorece o dom do
perdão. Deus tem paciência demais conosco! Para entendermos como se dá a
paciência de Deus em meio a nós, Jesus consolida o seu pensar com a célebre
parábola.
O dono da vinha observa uma figueira no meio de sua vinha. Três anos sem
produzir frutos. O que fazer? Ora! Cortá-la, repudiá-la... dar fim ao que não
se tem serventia.
Contudo, o servo intercede em prol da figueira: “Senhor, me deixe tentar mais uma vez. Olharei com carinho para esta
figueira. Vou podá-la, adubá-la... dar-lhe a atenção devida neste instante.
Certamente ela irá dar frutos”. O dono atendeu ao pedido de seu servo.
Esperou mais um tempo para colher os frutos de sua figueira.
A parábola muito se adequa ao contexto que estamos vivendo nestes dias
de quaresma. O dono é Deus Pai, o criador. A figueira somos nós e o servo a
interceder é Jesus, o nosso fiel salvador.
Deus não se esquece de nós. Quer nos ver renovados, produtivos, frutos
saborosos, sementes férteis a fim de prosperar cada vez mais com o dom da vida.
Deus sempre esteve ao nosso lado! Olhando para nós, ajudando-nos naquilo
que é preciso ao nosso real viver. Foi assim o encontro de Deus com Moisés (1ª
Leitura). Deus lança uma importante vocação a este seu servo. Apresenta-se como
o Deus que É e, portanto não pode deixar de ser jamais. Estranho esse nome de
Deus: “EU SOU”. Ora! E que importância tem o nome? Nossa Senhora, eu seu canto
do magnífica diz que “Santo é o seu nome”.
O que importa mesmo é Deus sempre estar conosco. Ele é o Deus de nossos pais,
de Abraão, Isac, Jacó, Maria, Paulo, Padre Cícero, Beata Maria de Araújo... É o
nosso Deus!
O Deus dos pobres, dos humildes, dos pecadores... Por isso ele diz a
Moisés: “Tira a tuas sandálias”. Tirar a sandálias é estar livre, desimpedido
de qualquer situação que impeça um real comprometimento com aquilo que agrada a
Deus. Tirar as sandálias é tocar o chão, a terra. É não perder as origens.
Somos da terra, somos pó. Eis o contexto quaresmal sempre presente em nossa
vida penitencial.
Outro detalhe que nos pede atenção nesta leitura. Moisés observa uma
planta tomada pelo fogo, mas sem ser consumida por ele. Estranho, não? Deus
estava ali, naquela ocasião. Que explicação podemos encontrar neste fato? Este
fenômeno nos quer dizer que Deus não prejudica, não arruína nada para
manifestar-se no meio de nós. Esta certeza Jesus também queria que os fariseus
tivessem acerca da chacina promovida por Pilatos, como também da fatalidade que
ocorreu na torre de Siloé. Novamente vale a certeza de que Deus é amor. Por
isso Deus diz a Moisés que veio ao encontro de seu povo: viu, ouviu, desceu,
sentiu a tristeza presente no semblante de seu povo. Esta certeza se plenifica
na encarnação de seu filho Jesus. O Deus conosco, assume as nossas dores em
todas as situações e circunstâncias da vida.
Mas o ser humano é fraco demais. Frágil e vulnerável é o coração humano.
Teima em errar. Não consegue perseverar, acreditar em dias melhores. Esta
observação nos vem de São Paulo escrevendo aos Coríntios (2ª Leitura). Paulo
reconhece a vida nova que o povo hebreu experimentou com os ensinamentos de
Moisés. O alimento do Maná (para nós hoje a eucaristia) foi muito importante.
Mas não souberam perseverar. Vacilaram novamente. Paulo os exorta, dizendo que
a vida outrora no deserto serve de exemplo para buscar confiança. Jamais
duvidar da ação de Deus. E concluiu afirmando: “Cuidado, pois quem está hoje em
pé, do nada poderá cair”.
É! Deus cuida de nós a todo instante! Apresenta-nos seus desígnios com
seus sinais de que se faz necessário uma vida nova. Mas vida nova mesmo! Assim
como o servo se comprometeu a cercar a figueira com adubo, água e tudo o que
era preciso para que ela pudesse ser fértil, Deus também quer nos cercar com o
seu amor e seu carinho (Sl 102). Deus nos cerca em todos os momentos com o seu
carinho e a sua compaixão. Ele não se cansa de nós. Até com este seu gesto ele
nos ensina como devemos também perseverar nos amor. Insistir sempre! É o apelo
que Deus hoje nos faz! Meditemos de forma verdadeira. Almejando uma vida de
discernimento e consistência. Eis a lição que hoje colhemos com a Palavra de
Deus!
4 comentários:
Padre boa tarde. Assisti a sua missa hoje no socorro. Muito linda, já nem digo mais que belas palavras, como os senhor celebra bem, pois nao lhe acrescenta em nada, so digo que Deus te conserve assim. ABENÇOADO. Bom Domingo
Oi Padre. Feliz daquele que tem o senhor por perto como pastor. Temos sorte de nós te-lo bem pertinho da gente. O senhor se destaca entre todos. Parabéns, que o senhor não se canse nunca. Sua Benção.
Sábias e belas palavras. Palavras que nos orienta e nos acalma. Padre Sua Benção! Muito feliz em ler mais um texto do senhor, já estava demorando ein ? Bom final de semana
É VERDADE PADRE! DEUS NOS AMA TANTO E CONTINUA INSISTINDO NESSE AMOR, APESAR DE NOSSAS FRAQUEZAS ELE NÃO ABANDONA. COMO É MARAVILHOSO NOSSO, E COMO É BOM REFLETIR COM SUAS PALAVRAS.
OBRIGADA POR NOS AJUDAR A VIVER BEM ESSA QUARESMA.
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