Ao concluirmos o Tempo
Pascal, deparamo-nos com a necessidade de refletir um pouco mais sobre o valor
e a exuberância contidos no grande dia para nós, cristãos: o domingo, dia do Senhor. Sua relação com a Páscoa nos leva a
entender que assim como os dias da semana estão para o domingo, as demais
celebrações, festas e solenidades encontram sua razão de ser no tempo da
Páscoa. Esta é a mais importante celebração de nossa fé. “Eis o dia que o
Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 117,24).
Diante
desta magna certeza, sabemos que a Igreja desde sempre orienta os seus fiéis
para que os mesmos mantenham o zelo e o constante exercício da participação da
Santa Missa aos domingos, como também nos dias santos, ao longo do Ano
Litúrgico.
Há famílias que tradicionalmente assumem este compromisso, a
fim de que as novas gerações exerçam este propósito de maneira equilibrada, mas
também exigente. A Missa dominical é um preceito no qual todos nós, cristãos
católicos, devemos assumir com alegria, sentindo a necessidade de encontrar os
irmãos e irmãs reunidos em assembleia, partilhar a Santa Palavra de Deus e nos
alimentar da Sagrada Eucaristia.
Contudo, percebemos hoje que a participação na Santa Missa
aos domingos não acontece como outrora. Existem outros motivos que acabam
distanciando o nosso povo do encontro dominical. “O número de católicos que
chegam à nossa celebração dominical é limitado; é imenso o número dos
distanciados, assim como o número daqueles que não conhecem a Cristo”
(Documento dos Bispos em Aparecida nº 173).
Há aqueles que justificam da seguinte maneira: são tantas as
atividades ao longo da semana com o trabalho, que o domingo é mesmo o dia para
o descanso e para “curtir” um pouco a família, os amigos etc. Acerca da
dimensão do descanso, assumida no domingo, assim dizia o saudoso Papa João
Paulo II: “Para os cristãos, é anormal que o domingo, dia de festa e de
alegria, não seja também o dia de descanso, tornando-se para eles difícil
‘santificar’ o domingo, já que não dispõem de tempo livre suficiente” (Dies
Domini, p. 71).
O domingo sempre foi e continuará sendo o dia da comunidade
que deseja viver conforme a vontade de Deus. Assim afirma o Catecismo da Igreja
Católica: “O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério
Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como dia de festa de preceito por
excelência”. Aqueles que nos precederam na fé enfrentaram grandes barreiras a
fim de manter vivo em suas vidas, o compromisso de celebrar e de viver como
família que partilha, que louva a Deus e que deseja estabelecer sempre o
propósito de ser autenticamente cristão.
Possamos
juntos refletir um pouco mais acerca do verdadeiro sentido do domingo em nossas
vidas. Que este dia tão frutuoso seja realmente compreendido como o dia de
encontro com Deus e com os irmãos. Vivamos de maneira cristã o santo dia que é
para nós o domingo, dia de festa e de alegria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário