É sabido por todos a máxima
de Jesus: “quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado” (Lc 18,14).
Num mundo infelizmente muitas vezes marcado pela prepotência, pelo
exibicionismo e pela falsa necessidade de holofotes, esta importante informação
que Jesus nos apresenta, deverá sempre ecoar em nós.
Não
busquemos ostentações. Deus nos convida a assumirmos uma postura marcada pela
simplicidade e pelo desejo de fazer a sua vontade. Confiemos n’Ele e sejamos
discretos no nosso agir.
Jesus,
em outra situação, descreve que nem mesmo a nossa mão esquerda deverá saber o
que fez a direita. Na discrição haveremos de ser recompensados (Mt 6,3-4).
Por
mais que tenhamos qualidades, por mais que tenhamos assiduidade na observância
dos nossos deveres, somos todos falíveis e tendentes ao erro. Mas Deus age
sempre com misericórdia, sem fazer acepção de pessoas.
Tristemente,
esta certeza não habitava o coração do fariseu, personagem do evangelho deste
domingo. O fariseu de pé, agradecendo por não se achar indigno como os demais,
queria holofotes sobre si. O outro personagem era um cobrador de impostos. Este
não ousava nem olhar para o céu. Se reconhecia indigno de alcançar o perdão.
Lembremos que o cobrador de impostos era realmente um homem abominável, pois
seu trabalho comumente era evidenciado pela corrupção. Era rejeitado pelo povo.
Diversos momentos do evangelho nos apresentam esta difícil realidade.
Todavia,
este cobrador de impostos, sentiu-se tão pequeno que não se conteve na busca
verdadeira do perdão. Soube se humilhar de verdade, aos olhos de Deus e dos
irmãos.
Diante
desta atitude madura e serena, perguntemo-nos: quem somos para acreditarmos que
nossas atitudes deverão encontrar um lugar de destaque em meio aos outros?
Certamente, não será assim que alcançaremos uma oportunidade nova ao nosso
viver.
Que nossas atitudes sejam reconhecidas
apenas por Deus. É Ele quem nos apresentará a recompensa necessária ao nosso
viver. Jejum? Dízimo? Participar de uma pastoral na igreja? Nada disso nos
trará a salvação se não formos impelidos ao verdadeiro sentimento do perdão sem
nenhuma exaltação de nossa parte. Estejamos desarmados de toda presunção e
preconceito. Deus rejeita ofertas, ritos, orações e celebrações que procuram
“comprar” o seu amor e a sua misericórdia. Vigilantes, com o jeito desprendido
e sincero do cobrador de impostos, alcançaremos a justiça divina.
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