Prestemos
atenção ao que disseram sobre onde se encontravam os familiares de Jesus: “estão
AÍ FORA...”. Este detalhe não deve passar despercebido. MUITO MAIS DO QUE UMA
CONDIÇÃO ESPACIAL OU GEOGRÁFICA, ESTE “ESTAR FORA” DENOTA UMA QUESTÃO
EXISTENCIAL. Estar fora é estar alheio, desinteressado, descompromissado...
Aquele que não abraça a causa do amor, do serviço, do diálogo e da caridade, encontra-se
fora do sentido pleno do Projeto de Deus. Falta-lhe COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO no
acolhimento dos desígnios de Deus. Por isso Jesus ratifica esta certeza ao
dizer que SER DA FAMÍLIA DE DEUS É FAZER SEMPRE A SUA VONTADE. Não abraçar o
evangelho em sua inteireza, é não se identificar com a vontade de Deus. Esta
reflexão nos ajuda a recordar e a dar sentido ao nosso BATISMO. No dia em que
fomos batizados, MERGULHAMOS no mistério do alto. Antes, estávamos “POR FORA”. A
partir daquele glorioso mergulho, fomos inseridos em Deus que nos assumiu como
filhos. Jesus fez com que tivéssemos esta certeza e este entendimento, a partir
do momento que ENTROU na história do mundo, com a sua encarnação. Entremos nós
também! Assumamos com responsabilidade e com conhecimento de causa o que poderá
nos tornar ainda mais filhos e filhas de Deus. Somos a sua família se assim
agirmos. Quem está por fora, infelizmente, vive alienado, distante da graça que
plenifica todo ser humano. No entanto, quem manifesta o propósito de ter
intimidade com Deus, começa a ENTRAR na lógica do amor divino. Feliz daquele
que reconhece a necessidade de pertencer ao amor de Deus, fazendo a livre opção
de sair de uma situação vazia e fria, para ADENTRAR AO CORAÇÃO DE DEUS.
Deixemos com que o exemplo do povo do antigo testamento toque o nosso coração (1ª
leitura – Es 6,7-8.12.14-20). Cansados e fatigados de viverem exilados e
excluídos, alegram-se fortemente com o encontro com Deus. Constroem o TEMPLO DE
JERUSALÉM: lugar de encontro e espaço de abrigo que permite celebrar a certeza
de que Deus já habita DENTRO de seu povo. Tiveram esta certeza. Tenhamos nós
também.
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