O episódio de hoje é do conhecimento de muitos.
Jesus, de volta a Nazaré, participa de um momento de oração junto aos seus
conterrâneos na Sinagoga. Acatando um convite que lhe fora feito, proclama um
trecho do livro do Profeta Isaias. Ao terminar a leitura, afirmando que tais
palavras do profeta estavam se concretizando naquele instante, Lucas diz que as
pessoas que lá estavam não deixavam de olhar para Jesus. Todos se sentiam
encantados com tais palavras. Por que estavam todos olhando para Jesus? O que
ocasionava tanto espanto aos seus ouvintes? Hoje vivemos um tempo em que as
pessoas são atraídas pelo que promove emoção. CHORAR E AGUÇAR OS SENTIMENTOS DÁ
IBOPE. Infelizmente este sentimentalismo toma conta também das pregações religiosas
e de muitos fiéis e adeptos deste tipo de pregação. MUITAS VEZES, AS PALAVRAS
CAUSAM EMOÇÕES, MAS INFELIZMENTE NÃO DESPERTAM UM COMPROMISSO MAIS AUTÊNTICO E
FERVOROSO COM A FÉ. Olhavam para Jesus e ficavam admirados, pois suas palavras
eram cheias de encanto. O que tem nos encantado ultimamente? Estamos atentos ao
conteúdo das pregações e homilias a que estamos acostumados a ouvir, ou
simplesmente nos encantamos com as feições dos pregadores, com as músicas, às
vezes melosas e dramáticas? Analisemos as palavras proféticas e cheias de
sentido por Ele proferidas. “Anunciar aos pobres...”. Será que estamos nos
encantando e vivendo a fé que nos torna sensíveis à pobreza alheia? “Proclamar
a libertação e um tempo da graça do Senhor”. Nossa fé tem nos deixado
preocupado com as prisões alheias? Somos levados apenas a olhar para o céu, ou
reconhecemos a presença de Deus à nossa volta? Sentimo-nos responsáveis em
promover a libertação dos que vivem à mercê do sistema que massacra e
desumaniza? São estes comportamentos que sempre estiveram presentes em Jesus. MAIS
DO QUE FALAR, JESUS AGIA. Por isso se sentiam encantadas com suas atitudes. São
João hoje nos diz que amar a Deus implica também amar o irmão (1ª leitura – 1Jo
4,19-5,4). São estas coisas que nos tornam verdadeiros cristãos. Pensemos para
agirmos bem, para também proclamarmos o tempo da graça do Senhor.
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