quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Quinta-feira depois da Epifania do Senhor: “Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos n’Ele” (Lc 4,14-22).

O episódio de hoje é do conhecimento de muitos. Jesus, de volta a Nazaré, participa de um momento de oração junto aos seus conterrâneos na Sinagoga. Acatando um convite que lhe fora feito, proclama um trecho do livro do Profeta Isaias. Ao terminar a leitura, afirmando que tais palavras do profeta estavam se concretizando naquele instante, Lucas diz que as pessoas que lá estavam não deixavam de olhar para Jesus. Todos se sentiam encantados com tais palavras. Por que estavam todos olhando para Jesus? O que ocasionava tanto espanto aos seus ouvintes? Hoje vivemos um tempo em que as pessoas são atraídas pelo que promove emoção. CHORAR E AGUÇAR OS SENTIMENTOS DÁ IBOPE. Infelizmente este sentimentalismo toma conta também das pregações religiosas e de muitos fiéis e adeptos deste tipo de pregação. MUITAS VEZES, AS PALAVRAS CAUSAM EMOÇÕES, MAS INFELIZMENTE NÃO DESPERTAM UM COMPROMISSO MAIS AUTÊNTICO E FERVOROSO COM A FÉ. Olhavam para Jesus e ficavam admirados, pois suas palavras eram cheias de encanto. O que tem nos encantado ultimamente? Estamos atentos ao conteúdo das pregações e homilias a que estamos acostumados a ouvir, ou simplesmente nos encantamos com as feições dos pregadores, com as músicas, às vezes melosas e dramáticas? Analisemos as palavras proféticas e cheias de sentido por Ele proferidas. “Anunciar aos pobres...”. Será que estamos nos encantando e vivendo a fé que nos torna sensíveis à pobreza alheia? “Proclamar a libertação e um tempo da graça do Senhor”. Nossa fé tem nos deixado preocupado com as prisões alheias? Somos levados apenas a olhar para o céu, ou reconhecemos a presença de Deus à nossa volta? Sentimo-nos responsáveis em promover a libertação dos que vivem à mercê do sistema que massacra e desumaniza? São estes comportamentos que sempre estiveram presentes em Jesus. MAIS DO QUE FALAR, JESUS AGIA. Por isso se sentiam encantadas com suas atitudes. São João hoje nos diz que amar a Deus implica também amar o irmão (1ª leitura – 1Jo 4,19-5,4). São estas coisas que nos tornam verdadeiros cristãos. Pensemos para agirmos bem, para também proclamarmos o tempo da graça do Senhor.

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