Deus
fica feliz quando sabemos dialogar com Ele, de maneira inteligente e respeitosa.
Foi o que aconteceu com Jesus e uma mulher cananeia. Era uma mulher pagã. Jesus
realizava a sua missão entre os judeus. Somente após a sua ressurreição, ao
enviar os seus discípulos a todos os povos, o seu projeto de amor e de salvação
ganharia o mundo. Entendendo estas coisas, entenderemos o contexto do diálogo
de Jesus com aquela pobre mulher. Ela sabia que por ser pagã, não teria muita
chance com Jesus. Mas soube insistir pela filha que estava gravemente enferma. E
Jesus mantinha-se calado. Muitas vezes somos obrigados a experimentar o
silêncio de Deus. Humanamente não conseguimos compreender. Sabemos de nossa fé,
mas não nos acostumamos a lidar com ausência de resposta às nossas lamúrias e
inquietações. A mulher tornou a pedir. E Jesus disse que não poderia tirar o
pão dos filhos para dá-los aos cachorros. Então Jesus comparou a mulher a um
cachorro? Sim! Na verdade, não Jesus, mas a cultura de seu tempo. Naquela
época, todo pagão era tido como um cachorro, ou seja, um ser desprezível. Se
ficamos impressionados com o que fala Jesus àquela mulher, muito mais nos deve
impressionar a resposta sábia que teve aquela mãe aflita. Não apenas se
reconhece uma cachorrinha, mas também soube confiar na misericórdia de Deus
estampada em Jesus. “Os cachorrinhos também comem das migalhas de seus donos”,
disse a mulher a Jesus. QUANDO NECESSITAMOS DA MISERICÓRDIA DE DEUS,
RECONHECEMOS QUE SOMOS MIGALHAS PERANTE A VASTIDÃO DO SEU AMOR. A mulher pediu e
Jesus ficou contente porque ela soube pedir. De maneira inteligente aquela
senhora agradou o coração de Jesus. E no tempo favorável, Deus também nos
agradará, como agradou o povo de Israel, depois de tanta tristeza e solidão (1ª
leitura – Jr 31,1-7). Ainda que não entendamos no tempo presente, mas
estejamos certos de que Deus nos atrairá com a sua misericórdia. A mulher ficou
feliz, o povo de Israel também e nós ainda estejamos certos de que a nossa fé
também nos fará pessoas extremamente felizes!
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