Jesus era judeu e como tal, observava certos preceitos que
ridicularizavam o seu povo e a sua cultura. Um dos fortes preceitos dizia que a
sua atenção deveria estar voltada num primeiro momento ao povo de Israel.
Apresenta-se uma mulher que pedia a cura de sua filha. Vejamos bem! Duas
mulheres doentes e que não pertenciam a Israel. Motivos suficientes para que
Jesus, como judeu, não se importasse com elas. Na verdade, Jesus estava
testando a sua fé. E que fé bonita tinha aquela senhora. Insistiu com Jesus. E não
pediu nada para ela, mas para a sua filha. Muitos de nós, lembramo-nos de
pedir, mas não sabemos o que pedir, muito menos a quem pedir. Esta mulher nos
deixa uma forte lição de quem sabe pedir, movida pela humildade de seu coração.
Porque viviam excluídos dos israelitas eram vistos como cachorros que
mendigavam o que pertencia, por lei, ao povo de Israel. Por isso ela se humilha
brilhantemente e conquista a compaixão de Jesus quando diz: “os cachorrinhos
também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!”. Em certos momentos
da vida, identificamo-nos com esta senhora. Somos como que cachorrinhos a
mendigar as sobras. Mas não mendiguemos próximos a qualquer mesa. Busquemos a
mesa do banquete da fartura que nos oferece Jesus. Mendigando o amor de Deus Ele
se impressiona com o tamanho de nossa fé e nos atende, ao ponto de nos fazermos
pessoas mais uma vez. QUANDO FALTA A FÉ, FALTA-NOS A DIGNIDADE PRÓPRIA DA
PESSOA HUMANA. TODA CONQUISTA É FEITA DE FÉ, E TODA FÉ É DESTINADA ÀQUELES QUE
FORAM FEITOS À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS. Cachorrinho é criatura, mas não
semelhança de Deus. Porque não entenderam isso, alguns do grupo de Moisés
acabaram morrendo sem alcançar a terra prometida (1ª leitura – Nm 13,1-2.25 – 14,1.26-30.34-35). Contentaram-se com
outras sobras. Quando se faz a experiência de Deus, o seu amor é tanto que
extrapola os nossos anseios. E por extrapolar, acaba sobrando aos que dele
dependem de verdade. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

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