quinta-feira, 14 de setembro de 2017
24º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A): “Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?” (Mt 18,21-35).
São muitas as vezes que
nos deparamos com situações de morte e violência, sobretudo na mídia, onde as
pessoas mais atingidas respondem em forma de coro: “AH! QUEREMOS QUE SE FAÇA
JUSTIÇA!” Observamos que, o pedido de justiça não está mais associado a
sentimentos de ódio ou vingança. Confrontando esta triste realidade, o
evangelho deste domingo nos apresenta uma indagação
bastante inquietante: “QUANTAS
VEZES DEVO PERDOAR, SE MEU IRMÃO PECAR CONTRA MIM?”. É Pedro o autor da
pergunta. E, ao perguntar, ele mesmo sugere a resposta: “sete vezes?”. O número 7 na bíblia
tem um significado bastante especial, pois é sinal de plenitude. Jesus fala em
perdão à luz do verdadeiro sentimento que impele as relações humanas, ou seja,
o amor. É O AMOR QUE SUPERA TODA A LEI E PROMOVE A VERDADEIRA FELICIDADE. Em
outro episódio, ao ensinar os discípulos a oração do Pai Nosso, Jesus diz:
“perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todo aquele que nos
deve”. Daí percebemos que não devemos alimentar o ódio, pois O ÓDIO PARA COM AS
PESSOAS É UMA RUPTURA PARA COM O PROJETO DE DEUS (1ª leitura - Eclo 27,33-28,9). O perdão supera o ódio, pois é mais forte do que a
vingança. Eis a razão da parábola que Jesus hoje nos apresenta. PERDÃO NÃO
SUPÕE QUANTIDADE, MAS QUALIDADE. SE NÃO FOR PLENO, NÃO É PERDÃO! QUANDO NOS
DEIXAMOS TRANSFORMAR POR DEUS, QUANDO HÁ VERDADEIRA MUDANÇA INTERIOR, QUANDO
NOS DESINSTALAMOS, SAÍMOS DO NOSSO EGOÍSMO, DA NOSSA MESQUINHEZ... ENTÃO INICIA
EM NÓS UM PROCESSO DE CONVERSÃO E, POR CONSEGUINTE, UMA ABERTURA PARA A
REALIDADE DO PERDÃO. Perdoar requer renúncia. A tolerância é um dos grandes
passos para se alcançar o perdão, pois “ninguém vive para si mesmo” (2ª leitura - Rm 14,7-9). O mais importante é acolher as pessoas com suas
diferenças e limitações, buscando viver em nós aquilo que nos une, pois É NA
TOTALIDADE DE NOSSAS VIDAS QUE O PERDÃO SE FAZ NECESSÁRIO. A partir da nossa
tomada de consciência, certamente será uma atitude cristã que tomará conta de
nós. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam
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