21º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B): “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,60-69).

As palavras de Jesus àquele povo soavam de forma dura e difícil de serem assimiladas, e muito mais ainda de serem postas em prática. Começavam a murmurar e a abandoná-lo. Ele não estava mais multiplicando os pães e os peixes, mas falava que Ele próprio era o pão verdadeiro. Uma mensagem não muito bem aceita no meio da multidão. Disseram ser até mesmo uma PALAVRA DURA. Mas Jesus não estava preocupado com a quantidade de pessoas à sua volta. Estava mesmo era atento à qualidade de seus ensinamentos, uma vez que falava das coisas de Deus. A PALAVRA DE DEUS É DURA MESMO. DURA PORQUE RESISTE AOS EMBATES DA VIDA. QUANDO AS OUTRAS PALAVRAS NÃO CONSEGUEM CORRESPONDER AOS NOSSOS ANSEIOS, PAULATINAMENTE VAMOS OBSERVANDO QUE APENAS A PALAVRA DE DEUS PODERÁ NOS EDIFICAR, A PARTIR DO NOSSO CORAÇÃO. Assim como o povo que estava com Jesus não soube compreender as suas palavras, Josué teve a mesma experiência. Manteve-se fiel. Ele e sua família estavam convictos de que deveriam servir a Deus (1ª leitura – Js 24,1-2.15-18). A família deve ser sempre o elo que nos torna firmes e resistentes em meio aos embates da vida. É tanto que São Paulo descreve esse amor, a partir da união conjugal, como o amor verdadeiro de Deus para conosco. Um amor de aliança e de solicitude. Que resguarda os verdadeiros princípios da vida e da fé. (2ª leitura – Ef 5,21-32). Por isso que a Palavra de Deus é dura. Porque gera vínculo e nos faz alcançar a eternidade. Uma vida pautada por situações fáceis e bastante acessíveis, torna-nos, muitas vezes, frágeis e temerosos, quando o amor nos faz mesmo é alcançar o essencial. Por isso a forte e bonita indagação de Pedro ao dirigir-se a Jesus: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Se outras realidades estão a nos acalentar, mas mesmo assim sentimos uma incompletude em nosso coração, é sinal de que não tivemos acesso ainda à Palavra que constrói o nosso vocabulário para a eternidade. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam