sexta-feira, 10 de agosto de 2018

QUINTA-FEIRA DA 19ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “Quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim?” (Mt 18,21-19,1).



Diante de uma atitude imprudente, de uma imensa falta de justiça, há limites para o perdão? Muitas vezes nos deparamos com situações de morte e violência, sobretudo na mídia, onde as pessoas mais atingidas respondem em forma de coro: “queremos que se faça justiça!”. Mas o que entendemos por justiça? Muitas vezes tal pedido de justiça está mais associado a sentimentos de ódio ou vingança. Confrontando esta triste realidade que impera no coração do ser humano, o evangelho de hoje nos apresenta uma indagação bastante inquietante: “quantas vezes devo perdoar?”. É Pedro o autor da pergunta dirigida a Jesus. Vejamos que, ao perguntar, ele mesmo sugere uma resposta: “sete vezes?”. E diz Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. O número 7 na bíblia tem um significado bastante especial, pois é sinal de plenitude. No costume judaico, quando uma pessoa havia cometido alguma falta para com o seu semelhante, deveria reconhecer o seu erro e pedir desculpas à pessoa ofendida. Esta, por sua vez, teria a obrigação de aceitar o pedido de desculpas. Mas tal atitude só poderia ocorrer até, no máximo, 3 vezes. Era inconcebível querer reparar o mesmo erro diversas vezes. Contudo, nem sempre foi assim. A bíblia nos narra outros episódios onde o rancor e a amargura falavam mais forte. No Antigo Testamento, sentimentos de perda e morte necessitavam ser reparados muitas vezes por meio de vingança. Havia também a famosa “lei do talião”: “olho por olho e dente por dente...”. AINDA QUE ESTEJAMOS AGINDO COMO O POVO REBELDE DA ANTIGA ALIANÇA, QUE SOFREU AMARGAMENTE AS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS ERROS, VIVENDO EXILADO, LONGE DE SUAS RAÍZES, DEUS SABERÁ NOS ACOLHER E NOS MOSTRAR, NO TEMPO CERTO, O QUE DEVEMOS FAZER PARA ALCANÇARMOS, NO PERDÃO, A SAÍDA DE NOSSAS VIDAS (1ª leitura – Ez 12,1-12). É isto que Jesus nos ajudou a enxergar. É NA TOTALIDADE DE NOSSAS VIDAS QUE O PERDÃO SE FAZ NECESSÁRIO. Que o Senhor “bondoso, compassivo e carinhoso” nos ilumine e nos apresente as atitudes mais acertadas para bem vivermos as nossas relações. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

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