Mais uma vez a caminhada Quaresmal nos
provoca a viver uma realidade muito forte que nos faz agir com os nossos
semelhantes, da mesma forma que Deus age com cada um de nós. A NOSSA ORAÇÃO
QUARESMAL, O NOSSO JEJUM E A NOSSA CARIDADE SÓ TERÃO SENTIDO SE SOUBERMOS AGIR
MOVIDOS PELO DOM DO PERDÃO. A partir de uma parábola, Jesus nos fala desta
importante prática, de uma maneira constante na nossa vida. A atitude da
caridade e do perdão na vida de um homem que soube ser compassivo com um de
seus empregados. Mas, infelizmente, não foi a mesma atitude, quando este mesmo
empregado se deparou com uma pessoa que lhe devia um valor bastante irrisório.
O PERDÃO NOS FAZ AGIR COM MISERICÓRDIA, TANTO QUANTO NOS FAZ EXERCER O DOM DA
JUSTIÇA. QUEM É MISERICORDIOSO, TAMBÉM DEVE SER JUSTO NAQUILO QUE FAZ. Aquele
que perdoou a dívida, depois aplicou a justiça. Mandou prender aquele seu
empregado injusto e insensível ao sofrimento do outro. PERDOAR É ALGO
EXTREMAMENTE EXIGENTE, E POR SER EXIGENTE NOS TORNA MAIS APTOS A VIVER CONFORME
A VONTADE DE DEUS. O primeiro passo para o perdão é reconhecer a necessidade de
se deixar mover também pela compaixão. Ao tempo em que manifestamos o desejo de
sermos perdoados por Deus, devemos considerar que este perdão alcançará o nosso
coração, à medida que soubermos perdoar também os outros. PERDOAR É DEIXAR DE
SERMOS MERAMENTE HUMANOS, PARA CONQUISTARMOS A POSSIBILIDADE DE SERMOS TAMBÉM
DIVINOS. O perdão põe em prática a oração que fazemos a Deus, esvaziando-nos de
todo sentimento ruim, ao darmos um importante passo em busca do exercício da
caridade. Esta é a verdadeira prática que a Quaresma nos faz assumir. Jesus, na
cruz, em meio às suas dores e profundas humilhações, foi ainda capaz de dizer:
“Pai, perdoa essa gente! Eles não sabem o que fazem”. Azarias, de pé, em meio
às ciladas da vida, pediu clemência a Deus (1ª leitura – Dn 3,25.34-43).
Se formos clementes, as fornalhas da nossa vida, não serão capazes de nos
afugentar do amor de Deus. Padre Aureliano
Gondim. #GotasQueEdificam
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