Chama-nos a atenção o personagem que está presente na passagem do santo evangelho desta quinta-feira. Jesus, ao livrar uma pessoa muda que se sentia atormentada pela presença de um demônio, é difamado de forma altamente desprezível. Lucas nos apresenta um episódio muito forte envolvendo a pessoa de Jesus. Os que presenciaram tamanho feito, encontraram uma saída mais fácil para evitar de todo modo que Jesus fosse reconhecido como aquele que liberta e salva. “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios” (Lc 11,15). De diversas formas, até mesmo nos tempos atuais, deparamo-nos com
críticas, calúnias e outros tipos de ofensas dirigidas ao nosso eterno
Salvador. Algumas vezes, somos nós mesmos os difamados e maltratados. Tudo por agirmos sempre em nome do nosso príncipe da paz. Aqui, o verbo encarnado de Deus, aquele que veio para redimir o mundo, livrando-o de todas as mazelas e crueldades, agora é caluniado como sendo Ele o instrumento da maldade. Mas uma coisa nos conforta: aquele que assume com alegria e coragem a proposta do evangelho, desde as situações mais corriqueiras da vida, este sempre enfrentará desafios, agruras e tribulações, mas tem a verdadeira convicção de que a cruz nos faz alcançar a vitória. É esta a dinâmica da vida proposta pelas páginas do santo evangelho. Caso contrário, se ficarmos como que "mudos", omissos diante das injustiças e intempéries da vida, o mal prevalece e divide-nos diante da real certeza de nossas vidas: Cristo Jesus! Não tenhamos medo! Não caiamos na tentação do comodismo, pois se Jesus hoje nos diz: "se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus" (Lc 11,20), qual será a razão dos nossos medos? É tempo de quaresma! É tempo de refletirmos no íntimo do nosso ser, a fim de que possamos tomar coragem, deixar a mudez de lado e, como consequência, colhermos as dádivas que só a Páscoa pode nos oferecer. E Jesus conclui nos dizendo: "quem não recolhe comigo dispersa” (Lc 11,23). Assim como o salmista, peçamos a Deus para estarmos sempre aptos a ouvir a sua santa voz e que os nossos corações jamais estejam fechados para tão grande graça (Sl 94). Abraços a todos!
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