terça-feira, 31 de maio de 2011

E foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico”. (Mc 10,22). Parte 1


        Depois de ouvir a canção do novo cd do Padre Zezinho: “Uma luz nos teus olhos”, canção esta que fala do belo encontro de um homem rico com Jesus, senti-me motivado e inspirado a realizar uma leitura orante deste texto bíblico e em seguida, poder relatar um pouco da experiência deste maravilhoso episódio bíblico.
Observando os textos da Sagrada Escritura, tomando o evangelho segundo Marcos, encontramos um episódio bastante oportuno para a nossa reflexão pessoal, familiar e pastoral. Refiro-me ao intrigante encontro de um homem bastante rico com Jesus. Este (Filho de Deus), também muito rico, mas de amor e misericórdia. O primeiro, apegado aos seus grandiosos pertences materiais.
        Acredito que todos nós já conhecemos esta história, ela também está presente nos evangelhos segundo Mateus e Lucas. Podemos nos perguntar: afinal, o que ocorria na vida daquele homem tão rico para que necessitasse encontrar-se com Jesus, ao ponto de reconhecê-lo como Mestre? E mais: reconhecer Jesus como mestre não era suficiente, diz o evangelista que ele se dirigiu a Jesus, chamando-o de Bom mestre.
        Ao evidenciar o fato deste homem ser rico, o evangelista apresenta uma necessidade que dinheiro algum consegue adquirir. Este homem era sedento de alguma coisa que lhe preenchesse, ou seja, o amor verdadeiro de Deus. Por isso se dirige a Jesus perguntando o que deveria fazer para alcançar a vida eterna. Mas o que será que entendia por vida eterna? E nós hoje? O que compreendemos ser esta vida eterna?
        E Jesus vai elucidando aquilo que ainda hoje nós ouvimos e aprendemos como necessário para alimentarmos as virtudes e os princípios cristãos. Jesus sabia reconhecer a bondade no coração daquele homem. Era uma pessoa virtuosa e consciente de que não nos basta a vida deste mundo. Por isso mesmo ele desejava tanto alcançar a vida eterna. Alguma coisa realmente lhe intrigava!
Faltava-lhe ainda o essencial. Precisava compreender que as coisas deste mundo são efêmeras diante da vida que Jesus oferece. Jesus, assim como em todas as circunstâncias de sua vida neste mundo, apresenta a grande importância de estarmos desapegados a toda e qualquer situação que nos impeça de enxergar o seu amor que é o reino de Deus. A tamanha riqueza daquele homem, tudo aquilo que havia acumulado ao longo de sua vida impedia de que pudesse experimentar a sabedoria como dom de Deus.
            É o que ouvimos também no livro da Sabedoria: “Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e diante dela, a prata, será como a lama” (Sb 7,8). A sabedoria divina nos apresenta as forças necessárias para nos desapegarmos de qualquer situação que nos equipare ao homem rico.

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