“O novo Papa conhece muito bem o rosto do nosso povo latino-americano”, vibrou o Padre Aureliano. (Foto: Reuters)
Nesta quarta-feira (13), mais precisamente às 16h12 (horário de
Brasília), o novo Papa da Igreja Católica foi anunciado. O Cardeal Jorge Mario
Bergoglio, 76 anos, foi escolhido pela Assembleia de Cardeais (Conclave) como o
sucessor de São Pedro (primeiro Papa), em eleição na Capela Cistina. O Site
Miséria ouviu padres da Diocese de Crato, que comentam o acolhimento da
Igreja local ao novo pontífice.
“Nós ficamos muito felizes por ele ser um papa latino-americano, argentino.
Para nós do Brasil nos alegramos porque em 2007 ele esteve aqui, em
Aparecida-SP, num encontro de bispos da América Latina, participando ativamente
das reflexões naquela ocasião, buscando observar como deve ser o rosto em nosso
continente, como uma Igreja mais missionária e acessível para o povo. Ele
conhece muito bem o nosso rosto”, comentou o Padre Aureliano Gondim,
Vigário paroquial da Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do
Norte-CE.
Ao assumir o papado, Jorge Mario escolheu um nome jamais adotado por
outro pontífice, em homenagem a dois santos conhecidíssimos pelo catolicismo:
Francisco de Assis, o santo dos pobres, e Francisco Xavier, missionário cristão
no oriente e padroeiro das missões.
“Até onde sei ele é um homem simples, altamente voltado às causas
sociais e vai atender certamente aos anseios da Igreja do momento. A própria
escolha do nome ‘Francisco’ representa isso muito bem. Ele, como padre jesuíta,
retrata a preocupação em ser um papa missionário, um pastor que vai ao encontro
do povo”.
Padre Aureliano lembrou a renúncia do Papa Bento XVI:
“Somos muito gratos ao que fez o papa Bento XVI, pelo seu pontificado de
quase oito anos. Muitos criticaram quando ele renunciou, afirmando que o cargo
é vitalício. E aí ele rompe essa tradição, ele renuncia assumindo a sua
limitação por conta do peso da idade, por amor à Igreja”.
Outro assunto tratado pelo Padre foi a não escolha do Cardeal brasileiro
Dom Odilo Scherer, um dos favoritos para assumir o pontificado:
“Não estamos frustrados porque o Dom Odilo (Scherer) não foi nomeado. De
maneira alguma. Nós somos Igreja e nos preocupamos com o todo. Claro, se fosse
um brasileiro estaríamos também satisfeitos. Mas o Papa Francisco vem retratar
a necessidade que hoje a Igreja enfrenta”, resumiu.
O sacerdote rechaçou o que alguns veículos da imprensa internacional vêm
chamando de uma simples eleição, comum às demais:
“A Igreja está sempre iluminada pela Graça de Deus. Quando os Cardeais
se reúnem para o conclave, eles não estão buscando aquilo que muitas vezes se
fala na mídia, uma situação meramente política, eleitoreira. A Igreja nunca
partiu nem vai partir disso. O Conclave, antes de tudo, é um encontro
espiritual onde os cardeais buscam atender aos anseios da Igreja no momento”.
O Padre Aldízio Nunes, formador do Seminário São José e vigário
paroquial no distrito de Ponta da Serra, de Crato, finaliza a matéria com uma
mensagem aos católicos da Diocese:
“O amor de Deus é
sempre surpreendente e, neste último dia 13, este mesmo amor nos surpreendeu
com a eleição do novo Papa que se autodenomina Francisco. Nota-se que a sua
escolha responde a uma necessidade do tempo e da Igreja que, pelo testemunho de
um outro Francisco, natural de Assis-Itália, foi transformada. O Papa
Francisco, como todos nós, escuta o apelo de Deus para que reconstruamos a sua
Igreja pelo caminho da santidade expressa na opção pelos pobres, simplicidade
de vida e coragem profética. A escolha de um papa latino-americano demonstra,
além do mais, a atenção pastoral que a Igreja sempre teve por todos os povos. O
papa Francisco mostra-nos, inicialmente, que a simplicidade, o afeto e a
serenidade são maneiras imprescindíveis para manifestar-nos a grandeza do amor
de Deus. Bem vindo Papa Francisco!”.
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