sábado, 9 de março de 2013

Feito de barro numa procura constante de Deus



Mais do que nunca compreendo as palavras do profeta Jeremias: “sou como barro nas mãos do oleiro” (Jr 18,6). Trago comigo as marcas do amor de Deus. Mas sou de uma pequenez que não há tamanho. Frágil, vulnerável... humanamente humano.
Se fosse tentar compreender que sou padre pelo motivo de meu merecimento, certamente não conseguiria jamais chegar a um entendimento satisfatório.
Ser padre é trazer consigo a certeza do testemunho mais fiel e eloquente de Jesus Cristo, nosso Senhor. Sou vocacionado a um ministério que nunca terei a possibilidade de exprimir em sua totalidade. E Deus mesmo assim quis e quer contar comigo!
Sei que sou mesmo de barro diante da graça e do tesouro que Deus me confiou no último dia 04 de agosto. Já se passam sete meses que a plenitude de Deus penetrou o meu ser infinitamente pequeno.
O sacerdócio habita o meu ser, mesmo quando o meu ser não entende como deve se portar em meio a esta magnitude. Sou como Isaías, o profeta. Um homem de lábios impuros. Mas que, mesmo assim, Deus quis contar com ele. Sou também como Jonas, outro profeta. Esquivou-se de tudo e de todos, até mesmo no ventre de uma baleia. Mas o amor de Deus esteve sempre a lhe guiar.
Meu Deus! Peço-te: “não me deixes afastar do teu chamado”. Sei que sou vocacionado. Teu tesouro precioso ungiu minhas mãos. Teu amor cuidadoso seduziu o meu coração e a tua bondade sem par inquietou o meu ser que é absurdamente humano.
Coragem, peço-te sempre. Força: muito mais! Por isso também, resta-me alegremente apresentar a ti o meu mais sincero louvor e gratidão. Sei que não mereço e nem merecerei. Mas o teu amor, como diz Nossa Senhora, “fez por mim maravilhas”. Que eu corresponda sempre! Sempre te procurando e te encontrando para continuar te amando. E ao te amar, a minha busca não seja outra a não ser a ti, “meu Senhor e meu Deus”. Te suplico, mais do que nunca: modela este pobre barro que tenho sido! Pois, mesmo de barro, inteiramente agradecido sou! Alegremente me esbanjo em teu mistério! Amém!

2 comentários:

Anônimo disse...

sfundNOSSA PADRE! QUE BELAS PALAVRAS. FIQUEI EMOCIONADA LENDO TUDO ISSO, VENDO A SUA HUMILDADE DIANTE DA GRANDEZA DE DEUS.
O DEUS TODO PODEROSO O ABENÇOE A CADA DIA E LHE FAÇA FELIZ NESSA VOCAÇÃO A QUAL FOI CHAMADO.

Francisco Brito disse...

Que o Senhor possa sempre manter-lhe fiel ao seu chamado,padre Aureliano...admiro por demais o senhor,pequeno e valioso instrumento para a edificação da minha alma.

Que Maria Santíssima vele sempre pelo seu sacerdócio.

Francisco Brito