domingo, 19 de maio de 2013

O Espírito Santo como amor do Pai e do Filho



 É demasiado agradável aos olhos de nossa fé poder experimentar em nossas vidas a perfeita e profunda relação existente no mistério da Santíssima Trindade. O nosso Deus é comunidade. No entanto, ao fitarmos nossos olhares diante desta realidade, somos logo postos em profunda inquietação. Não uma inquietação que simplesmente nos motiva a questionar ou a não querer aceitar, mas uma inquietação que logo nos remete ao sentido verdadeiro de nossas vidas. Somos tão pequenos e contingentes diante de tão misterioso amor. Vivemos numa inquietação que nos leva a contemplar.
       Na vida íntima de Deus, o Espírito Santo é amor e doação mútua, é nexo entre o Pai e o Filho. Na relação de Deus com os homens, é também a maior doação, o maior bem que podemos receber, porque com Ele recebemos o amor e a vida de Deus. Assim nos ensina o saudoso Papa e Beato João Paulo II: “O Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai e a reciprocidade e força desse amor é a Pessoa do Espírito Santo. Por ser um amor que gera e que acolhe é mais forte do que a morte. E porque o Pai não deixa nunca de gerar o Filho, a morte não tem sobre Ele a última palavra e Jesus ressuscita”. (Dominum et Vivificantem, n. 57).
       No evangelho segundo João, percebemos a íntima relação do Espírito Santo com o Pai e o Filho. No discurso a respeito da vinda do Espírito, dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus nos apresenta pistas bastante satisfatórias, a fim de que possamos alcançar êxito nesta nossa reflexão.
Assim diz Jesus: “digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei”.
Estas palavras denotam que o Espírito Santo do qual Jesus faz menção é mesmo o Espírito do Pai e do Filho. Existe entre eles uma relação íntima e recíproca. Podemos compreender ainda mais com as palavras de Paulo aos romanos: “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.
Para que Jesus pudesse manifestar o seu anseio em confiar aos seus discípulos (e hoje a nós) a experiência pessoal com o Espírito Santo como aquele que defende, conforta e estabelece, a ação transformadora que consiste no Espírito Santo, Jesus estabelece um vínculo que somente no amor e por amor somos capazes de compreender.
Neste mesmo discurso apresentado em João, continuamos a entender a relação de amor entre as três pessoas divinas. Jesus volta ao Pai, mas confia-lhes o Espírito Santo: “quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar”. (Jo 16,13-14).
No máximo grau de manifestação de amor a toda a criação, Deus se encarna por meio do Espírito Santo. O Pai nos permite viver em seu amor por meio do Verbo encarnado. Esta permissão divina acontece por meio do Espírito Santo. O Pai envia o Filho e com o Filho envia o Espírito Santo. Novamente nos auxilia João Paulo II: “Quando o Pai envia o seu Verbo, envia sempre o seu Espírito: missão conjunta na qual o Filho e o Espírito Santo são distintos mas inseparáveis”.
Neste perfeito sinal de amor-presença do Espírito Santo com o Pai e o Filho, sinal e vínculo de amor para com toda a criação, observamos presente também toda a bondade, a santidade e a felicidade neste mundo, que também se tornam eternas.
Peçamos ao Pai e a Jesus Cristo, o Espírito Santo. A maneira de fazê-lo é nos apresentarmos de mãos vazias. Deus, certamente, não deixará de nos atender, “pois se nós, sendo maus, sabemos dar boas coisas a nossos filhos, quanto mais o nosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem”. (Lc 11,13). É o amor do Deus Uno e Trino inserido em nós.

Um comentário:

Anônimo disse...

QUE O ESPIRITO SANTO NOS GUIE SEMPRE NO AMOR E NA DE CRISTO...