Quando o coração é fonte de amor!

“Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de CORAÇÃO” (Mt 11,29). Afirmação tão bela que ouvimos no evangelho desta sexta, dia solenemente consagrado ao Coração de Jesus. Mas qual a razão de celebrarmos o Coração de Jesus? Na liturgia da Igreja, já existem tantas FESTAS LITÚRGICAS dedicadas a Jesus, nosso Senhor: (Natal, Epifania, Páscoa, Corpus Christi, Exaltação da Santa Cruz, Cristo Rei...). Por que falar do Coração de Jesus? Esta devoção teve seu início com Santa Margarida Maria Alacoque (século XVII), quando, na França, Jesus pediu que se propagasse esta forte e fecunda devoção. Em nossa região, especialmente aqui em Juazeiro, esta devoção se tornou ainda mais forte com o trabalho missionário e pastoral do nosso Padre Cícero. Mas o que nos fala esta solenidade nos dias de hoje? Jamais ela poderá ser assumida apenas no aspecto devocional. O que tem haver o CORAÇÃO com a nossa fé? Por que falamos tanto no CORAÇÃO? CORAÇÃO lembra a nossa vida afetiva, recordações, ideias, projetos, decisões. Faz-nos voltar a nossa atenção ao nosso interior (sentimentos). Se “recordar” quer dizer “trazer de volta ao coração”, recordemos o que nos fala a palavra de Deus. No livro do Deuteronômio, Moisés diz ao povo: “para encontrar a Deus é preciso buscá-lo de todo CORAÇÃO”. Com o primeiro livro de Samuel: “o homem olha as aparências, Deus vê o CORAÇÃO”. O profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu CORAÇÃO está longe de mim”. Ezequiel, o profeta, também diz: “tirarei o vosso CORAÇÃO de pedra, e darei um coração de carne”. Deus, através do profeta Joel, favorecendo uma real compreensão sobre qual o sentido da humilde e despojamento, fala-nos: “rasgai os vossos CORAÇÕES, e não as vossas roupas”. Mas o CORAÇÃO é também fonte de maus desejos, impurezas etc. Por isso, aprendamos com Davi, no salmo 50: “criai em mim um CORAÇÃO que seja puro”. Aprendamos, portanto, com o CORAÇÃO de Jesus, que é repleto de amor e mansidão. Se não conseguirmos aprender com o CORAÇÃO de Jesus, se não formos até Ele em meio ao nosso cansaço, é uma ocasião forte para lembrarmos que Ele também nos diz: “onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração”. Meditemos ainda as palavras do filósofo e matemático francês, Blaise Pascal, que certa vez, sabiamente, disse: “o coração tem razões que a própria razão desconhece!”. Tenhamos, portanto, os mesmos propósitos de Jesus, como já nos falou São Paulo (Fl 2,5-7), esta deve ser a razão de nossa fé!