domingo, 18 de outubro de 2015

Segunda-feira da 29ª Semana do Tempo Comum (Ano Ímpar): “A vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12,13-21).

Somos seres de contradição. Quanto mais conseguimos, mais queremos. Esta triste realidade é também fruto do capitalismo, este sistema excludente e traiçoeiro que corrói a dignidade humana. Aprendemos que temos que nos esforçar, a fim de conseguirmos a nossa estabilidade econômica e social. Isto não está errado. COM DIGNIDADE, HONRADEZ E SENSATEZ, MEDIANTE OS NOSSOS ESFORÇOS E CAPACIDADES, VAMOS GALGANDO ÊXITO PESSOAL, FAMILIAR E PROFISSIONAL. Contudo, a partir do momento que o sentimento do verbo TER sufoca o desejo de vivermos bem o verbo SER, paulatinamente estaremos fadados ao fracasso e ao total descompromisso com o evangelho. Jesus nos faz entender esta triste e inexpressiva realidade com a parábola do homem rico. Alguém que soube multiplicar o fruto de seu trabalho, mas se perdeu quando tal multiplicação servia meramente para o acúmulo e não para a distribuição. O sistema capitalista atualiza esta parábola a todo instante. Porque há pessoas preocupadas em acumular e esbanjar, infelizmente há milhares que padecem e sofrem quando lhes falta o básico para viver. Jesus chama este homem de louco. O SER HUMANO QUE REDUZ A SUA VIDA SIMPLESMENTE AO ACÚMULO, AGRIDE O CORAÇÃO DE DEUS. Ter as coisas para fazer delas a alegria de sua vida, é o mesmo que derrubar os celeiros, a fim de construir outros maiores, como aponta Jesus com a parábola. APEGADOS AO DESPRESTÍGIO DO TER, ESQUECEREMOS QUE DEUS NOS FEZ NESTA VIDA PARA ACUMULARMOS UNICAMENTE O DESEJO DE ESTARMOS TODOS UM DIA COM ELE NOS CÉUS. Tenhamos as coisas, mas impelidos pelo simples propósito e pelo grande desejo de vivermos pela fé. São Paulo mais uma vez resgata esta certeza apresentando o exemplo de Abraão (1ª leitura – Rm 4,20-25). Esta importante personagem do Antigo Testamento não fez outra coisa a não ser acumular a fé e o temor a Deus, através dos longos anos que Deus permitiu que ele vivesse. TENDO AS COISAS, LUTANDO POR ELAS, SAIBAMOS CREDITAR EM NÓS A MÁXIMA CERTEZA DE QUE O AMOR NOS FAZ MULTIPLICAR O EXTREMO NECESSÁRIO AO NOSSO VIVER.

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