Somos seres de contradição. Quanto mais conseguimos,
mais queremos. Esta triste realidade é também fruto do capitalismo, este
sistema excludente e traiçoeiro que corrói a dignidade humana. Aprendemos que temos
que nos esforçar, a fim de conseguirmos a nossa estabilidade econômica e
social. Isto não está errado. COM DIGNIDADE, HONRADEZ E SENSATEZ, MEDIANTE OS
NOSSOS ESFORÇOS E CAPACIDADES, VAMOS GALGANDO ÊXITO PESSOAL, FAMILIAR E
PROFISSIONAL. Contudo, a partir do momento que o sentimento do verbo TER sufoca
o desejo de vivermos bem o verbo SER, paulatinamente estaremos fadados ao
fracasso e ao total descompromisso com o evangelho. Jesus nos faz entender esta
triste e inexpressiva realidade com a parábola do homem rico. Alguém que soube
multiplicar o fruto de seu trabalho, mas se perdeu quando tal multiplicação
servia meramente para o acúmulo e não para a distribuição. O sistema
capitalista atualiza esta parábola a todo instante. Porque há pessoas
preocupadas em acumular e esbanjar, infelizmente há milhares que padecem e
sofrem quando lhes falta o básico para viver. Jesus chama este homem de louco. O
SER HUMANO QUE REDUZ A SUA VIDA SIMPLESMENTE AO ACÚMULO, AGRIDE O CORAÇÃO DE
DEUS. Ter as coisas para fazer delas a alegria de sua vida, é o mesmo que derrubar
os celeiros, a fim de construir outros maiores, como aponta Jesus com a
parábola. APEGADOS AO DESPRESTÍGIO DO TER, ESQUECEREMOS QUE DEUS NOS FEZ NESTA
VIDA PARA ACUMULARMOS UNICAMENTE O DESEJO DE ESTARMOS TODOS UM DIA COM ELE NOS
CÉUS. Tenhamos as coisas, mas impelidos pelo simples propósito e pelo grande
desejo de vivermos pela fé. São Paulo mais uma vez resgata esta certeza apresentando
o exemplo de Abraão (1ª leitura – Rm 4,20-25). Esta importante personagem do Antigo
Testamento não fez outra coisa a não ser acumular a fé e o temor a Deus,
através dos longos anos que Deus permitiu que ele vivesse. TENDO AS COISAS,
LUTANDO POR ELAS, SAIBAMOS CREDITAR EM NÓS A MÁXIMA CERTEZA DE QUE O AMOR NOS
FAZ MULTIPLICAR O EXTREMO NECESSÁRIO AO NOSSO VIVER.
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