Deus nos oferece um reino grande, mas
constituído de pequenas coisas. A sutileza de seu amor nos toca a partir dos
momentos elementares e circunstanciais que nos acompanham no viver. Jesus nos
fala com duas de suas fecundas parábolas. Conta-nos que é bom comparar o grande
Reino de Deus com a pequena semente de mostarda. Fala-nos ainda que faz bem
interpretarmos o lugar pleno do amor de Deus com a mulher ocupada e atenta em
misturar à massa a três porções de farinha. Situações elementares nos fazem
respirar o odor suave e agradável do amor de Deus. Preocupa-me muito, aqueles
que pedem situações extraordinárias em suas vidas para dizerem que creem na
existência de Deus. A semente de mostarda é quase invisível. Às vezes
percebemos o amor de Deus quase de forma minúscula e distante. Mas isto depende
muito do ângulo a que nos acostumamos estar para podermos fazer a experiência
de seu amor. Vale o bom exemplo da lua. Há dias em que ela se apresenta pequena
e distante. Mas há momentos em que ela está enorme, tão bela e tão fascinante. O
povo já diz que “o ponto de vista é a vista de um ponto”. Com sábias palavras,
apliquemos as parábolas de Jesus em nossa vida. A semente é pequena, mas
torna-se uma grande árvore. O fermento na massa torna-se praticamente
invisível, mas dá conta da massa crescer. Que ninguém note o que fazemos ou
talvez nem mesmo a nossa presença. Mas Deus, que vê o que está oculto, se
encarregará de nos fazer desfrutar do seu Reino e do seu amor. Por que perder a
nossa paz mirando as coisas grandes, apoteóticas ou mirabolantes que a vida
teima em nos apresentar? Olhemos para Jesus, que se fez pequeno e pobre para
nos enriquecer. Estejamos sempre mais atentos, pois as coisas pequenas desta
vida, ainda que pareçam irrelevantes ou sem sentidos, farão com que possamos
merecer a grandeza e a glória que Deus revelará a nós (1ª leitura – Rm 8,18-25).
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