segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Memória de São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja (Ano Ímpar): “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,7-10).

A mensagem do evangelho de hoje nos soa de forma estranha. Jesus, a partir de seus discípulos, acolheu-nos como servos, mas também, para dar ainda mais proximidade às suas palavras, falou-lhes que os teria como amigos. E agora aponta que discípulo de verdade mesmo é aquele que assume a condição de SERVO INÚTIL. E como se dá está INUTILIDADE apontada por Jesus? Esta inutilidade não quer dizer AUSÊNCIA DE SERVENTIA. Não somos descartados por Deus. Em Jesus, Ele chama a nossa atenção para O SERVIÇO DE MANEIRA DESPRENDIDA, VOLUNTÁRIA E GRATUITA. O CRISTÃO NÃO PODE JAMAIS ALIMENTAR UMA FÉ MOVIDA A COMPENSAÇÕES. “Faço isso em prol daquilo”. É esta a orientação apontada pelo evangelho com a parábola do servo inútil. Num mundo cada vez mais marcado pela cultura da recompensa, do prestígio e das tantas ostentações que visa a humanidade, meditando a respeito destas preciosidades que Jesus nos fala, tomemos mais cuidado para fazermos por amor e por vocação aquilo que nos é confiado. Aqui, neste mundo, não teremos recompensa pelas obras feitas. A RECOMPENSA NESTA TERRA SE ENCONTRA COM A OPORTUNIDADE QUE DEUS NOS CONCEDE DE SEMPRE FAZERMOS MAIS. Coloquemo-nos sempre à disposição. Dando tudo aquilo que temos e somos, e como garantia o êxito de podermos seguir dando conta de nossas vidas, na caridade e na doação destinada aos irmãos. É isto que é ser um servo inútil, conforme a perspectiva do evangelho. A vida daqueles que assim se reconhecem está nas mãos de Deus. Somente Deus pode ser o alvo dos nossos afazeres. Fazemos tudo em seu nome (1ª leitura – Sb 2,23-3,9). O exemplo de São Leão Magno também nos chega por este caminho: o da gratuidade e humildade. Foi chamado de “o grande” porque soube ser pequeno e servo dos irmãos. Que a nossa satisfação e contentamento nos deem disposição e coragem para seguirmos em frente. Confiemos que somos servos amigos de Deus. Seja esta a nossa certeza e utilidade dispensada a todos: a garantia de que Deus nos quer como irmãos, vivendo sempre em prol dos outros.

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