Recordo-me que há alguns anos, assisti a um
interessante filme, chamado NENHUM A MENOS. O filme conta a história de uma
menina de apenas 13 anos que dava aula para crianças de uma pequena e pobre
aldeia. Ela tinha a tarefa de manter as crianças sempre em sala de aula, pois, como
a pobreza era muito grande, as crianças preferiam buscar trabalho para ajudar
em casa. Infelizmente, sem que a jovem percebesse, um de seus alunos conseguiu
escapar. Ela ficou muito abatida, capaz de comover os demais alunos. Estes, por
não suportarem ver tamanha tristeza, resolveram ajudar a professorinha a ir ao
encontro do aluno fujão. Ela não desistiu até que conseguiu trazer a criança de
volta à sala de aula. Esta história se adequa muito bem ao contexto do
evangelho de hoje. Jesus fala que Deus fica feliz, faz até uma festa no céu
quando alguém que vivia perdido, desiludido ou entregue às circunstâncias nada
satisfatórias, consegue se reencontrar e dar um novo sentido à sua vida. Deus
também fica satisfeito quando conseguimos driblar nossos problemas, em prol da
felicidade dos outros. Nossa vida não nos pertence. São Paulo nos ajuda a
entender de maneira muito oportuna esta alteridade que em Cristo somos
impulsionados a viver (1ª leitura - Rm 14,7-12). Vivos ou mortos somos de Deus.
A criancinha do filme preferia viver atitudes de morte, devido ao sistema
político, econômico e social a que estava acostumada com os seus pais. Mas a
jovem professora querendo muito mais do que lecionar numa pequena e pobre sala
de aula, preferiu se aventurar a ir ao encontro daquele que poderia lhe
devolver o gosto de viver com o seu ofício de professora. Jesus também fala que
este sentimento de alegria se equipara a uma mulher que perdeu dinheiro, vindo
a encontrar sossego quando resgatou a moedinha perdida. Quando encontrarmos
mais uma vez o sentido de nossa vida, especialmente devolvendo a vida àqueles
que enfrentam sinais de morte, não tenhamos dúvidas de que Deus estará fazendo
também uma bela festa no céu a todos nós.
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