São
muitas as vezes que nos deparamos com situações de morte e violência, sobretudo
na mídia, onde as pessoas mais atingidas respondem em forma de coro: “queremos
que se faça justiça!” Mas o que entendemos por justiça? Será que tal pedido não
está mais associado ao sentimento de ódio ou vingança? Confrontando esta triste
realidade que impera no coração do ser humano, sobretudo por se encontrar
marcado por tantas situações de morte, de dor e de ausência de escrúpulos, o
evangelho de hoje nos apresenta uma indagação bastante inquietante. No
costume judaico, quando uma pessoa havia cometido alguma falta para com o seu
semelhante, deveria reconhecer o seu erro e pedir desculpas à pessoa ofendida.
Esta, por sua vez, teria a obrigação de aceitar o pedido de desculpas. Mas tal
atitude só poderia ocorrer até, no máximo, 3 vezes. Era inconcebível querer
reparar o mesmo erro diversas vezes. Jesus almeja superar esse tipo de
comportamento. A partir do questionamento de Pedro, Jesus quer inculcar nas
pessoas que o perdão supera o ódio, pois é mais forte do que a vingança. QUANDO
NOS DEIXAMOS TRANSFORMAR POR DEUS, QUANDO HÁ VERDADEIRA MUDANÇA INTERIOR,
QUANDO NOS DESINSTALAMOS, SAÍMOS DO NOSSO EGOÍSMO, DA NOSSA MESQUINHEZ... ENTÃO
INICIA EM NÓS UM PROCESSO DE CONVERSÃO E, POR CONSEGUINTE, UMA ABERTURA PARA A
REALIDADE DO PERDÃO. Não é algo fácil! Somos confrontados a todo
instante. Muitas vezes queremos uniformizar as nossas relações. O mais
importante é acolher as pessoas com suas diferenças e limitações, buscando
viver em nós aquilo que nos une, respeitando as diversidades. A arca da
aliança, apresentada na 1ª leitura (Js
3,7-11.13-17), prefigura o amor de Deus. E esta foi carregada por homens em
seus ombros. Acolhendo a diferença, perceberemos que dependemos dos outros para
enxergarmos a presença de Deus atuando em nós. É este amor que Jesus nos
ajudou a enxergar. É NA TOTALIDADE DE NOSSAS VIDAS QUE O PERDÃO SE FAZ
NECESSÁRIO. CARREGUEMOS EM NOSSOS OMBROS, NÃO UM FARDO PESADO, MAS O AMOR QUE
NOS FAZ ABRAÇAR O PERDÃO. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam
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