quarta-feira, 9 de agosto de 2017

QUINTA-FEIRA DA 19ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO ÍMPAR): “Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?” (Mt 18,21-19,1).

São muitas as vezes que nos deparamos com situações de morte e violência, sobretudo na mídia, onde as pessoas mais atingidas respondem em forma de coro: “queremos que se faça justiça!” Mas o que entendemos por justiça? Será que tal pedido não está mais associado ao sentimento de ódio ou vingança? Confrontando esta triste realidade que impera no coração do ser humano, sobretudo por se encontrar marcado por tantas situações de morte, de dor e de ausência de escrúpulos, o evangelho de hoje nos apresenta uma indagação bastante inquietante. No costume judaico, quando uma pessoa havia cometido alguma falta para com o seu semelhante, deveria reconhecer o seu erro e pedir desculpas à pessoa ofendida. Esta, por sua vez, teria a obrigação de aceitar o pedido de desculpas. Mas tal atitude só poderia ocorrer até, no máximo, 3 vezes. Era inconcebível querer reparar o mesmo erro diversas vezes. Jesus almeja superar esse tipo de comportamento. A partir do questionamento de Pedro, Jesus quer inculcar nas pessoas que o perdão supera o ódio, pois é mais forte do que a vingança. QUANDO NOS DEIXAMOS TRANSFORMAR POR DEUS, QUANDO HÁ VERDADEIRA MUDANÇA INTERIOR, QUANDO NOS DESINSTALAMOS, SAÍMOS DO NOSSO EGOÍSMO, DA NOSSA MESQUINHEZ... ENTÃO INICIA EM NÓS UM PROCESSO DE CONVERSÃO E, POR CONSEGUINTE, UMA ABERTURA PARA A REALIDADE DO PERDÃO.  Não é algo fácil! Somos confrontados a todo instante. Muitas vezes queremos uniformizar as nossas relações. O mais importante é acolher as pessoas com suas diferenças e limitações, buscando viver em nós aquilo que nos une, respeitando as diversidades. A arca da aliança, apresentada na 1ª leitura (Js 3,7-11.13-17), prefigura o amor de Deus. E esta foi carregada por homens em seus ombros. Acolhendo a diferença, perceberemos que dependemos dos outros para enxergarmos a presença de Deus atuando em nós.  É este amor que Jesus nos ajudou a enxergar. É NA TOTALIDADE DE NOSSAS VIDAS QUE O PERDÃO SE FAZ NECESSÁRIO. CARREGUEMOS EM NOSSOS OMBROS, NÃO UM FARDO PESADO, MAS O AMOR QUE NOS FAZ ABRAÇAR O PERDÃO. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

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