Ao experimentarmos alguma dor, seja de caráter físico ou emocional, o nosso principal desejo é
encontrar logo uma saída satisfatória. Ninguém gosta de sofrer, embora o sofrimento nos traga alguma lição. Diante da dor, nenhum ser vivo sente-se
plenamente bem. Somos sabedores que Aquele que
nos livra de todo e qualquer mal é o nosso bom e eterno Deus. É por isto que
Jesus, ao ensinar os discípulos a rezarem, diz: “livrai-nos do mal” (Mt 6,13).
O evangelho de hoje continua a mensagem que foi iniciada ontem. Ao curar o
homem que padecia, Jesus foi altamente criticado, pois ele
curou em dia de sábado. Os judeus são bastante rigorosos com a lei. O sábado foi feito para o descanso. Mas como descansar quando o semelhante está a padecer? Foi esta a provocação primeira de
Jesus. Neste prisma, Ele hoje inquieta as autoridades mais uma vez ao dizer: “Meu
Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho” (Jo 5,17). Com esta
afirmação, outra aberração para o mundo das grandes autoridades da época, ou
seja, Jesus diz também que é Deus. Não era nada fácil para os grandes doutores
da lei. Prezados amigos, não nos esqueçamos que Deus nos quer para a felicidade. A nossa mãe Igreja,
sábia como é, nos oferece um tempo bastante promissor para que possamos nos
manter unidos ao nosso bom Deus, sempre de maneira respeitosa e amável. Este
tempo é a Quaresma que estamos a viver em sua quarta semana. Assim como Jesus,
trabalhemos cotidianamente e mantenhamos a nossa fé em consonância com a sua
santa palavra que liberta de todo sistema opressor. No evangelho, Jesus também nos afirma: “quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou, possui a vida eterna” (Jo 5,24). É
uma maravilha podermos nos deleitar com toda esta mensagem. Jesus, além de salvaguardar o
verdadeiro sentido da lei que está para o homem e não o contrário (Mc 2,27), diz grandiosas palavras acerca de sua intimidade com o Pai (Jo 5,19-30). Afinal, é
Ele que também fala: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30). Queridos amigos, Jesus
nos expressa fortemente que ao nos colocarmos sempre em confiança com Ele,
estaremos nos aproximando firmemente da vida eterna, que já começa aqui, mas
que se plenifica no céu. Quem a Deus se confia, seja com os seus familiares,
seja ainda no trabalho cotidiano, com tantas agruras jamais se desesperará. Nos inspiremos
também com a mensagem dirigida ao profeta Isaías: “O Senhor abandonou-me, o
Senhor esqueceu-se de mim!” Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a
ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém não
me esquecerei de ti” (Is 49,14-15). Assim como uma mãe não quer saber de outra
coisa a não ser a verdadeira felicidade de seu filho, Deus também não se apega
a leis humanas para manifestar o seu amor para conosco, seus filhos. Encerro
estas linhas com as palavras do salmista: “É justo o Senhor em seus caminhos, é
santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo
aquele que o invoca lealmente” (Sl 144). Prossigamos com nosso retiro quaresmal. Abraços a todos!
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