quinta-feira, 7 de abril de 2011

4ª Semana da Quaresma: se a consciência do pecado nos aflige, o socorro celeste nos alegre!

Ex 32, 7-14
Sl 105
Jo 5,31-47

Continuemos com as palavras de Jesus dirigidas aos “grandes” de seu tempo. A grande descrença de que Jesus era o Filho de Deus e ainda as críticas sobre a cura do homem enfermo diante da piscina de Betesda deixaram Jesus bastante inquieto e triste. Suas palavras são um grande desabafo. Se os sábios e entendidos não conseguiam testemunhar os feitos de Jesus como experiência marcante do amor de Deus para com o seu povo, reconhecendo n’Ele o verdadeiro Filho de Deus, os pequeninos e necessitados conseguiram enxergar em Jesus, traços do Deus que é amor. Por isto mesmo, Ele afirma: “As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz, nem vistes sua face, e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele que ele enviou” (Jo,5,36-38). Penso que a frase lapidar desta passagem do santo evangelho é esta: “... eu sei que não tendes em vós o amor de Deus” (Jo 5,42). Parece-nos que Jesus já não aguentava mais tanto repúdio da parte daqueles que deveriam ser os primeiros a apoiá-lo, por serem grandes conhecedores da Palavra de Deus e de toda a lei. Quantos de nós, leitores da Bíblia, participantes dos sacramentos, conhecedores dos princípios cristãos... muitas vezes, pela ausência constante da caridade e do amor para com o próximo, podemos ser entendidos diante deste mesmo aspecto? Jesus foi duro com suas palavras. Mas teve mesmo que ser assim! Naquele que não se observa o amor de Deus, existe algo que não é de Deus. Em outro episódio da Escritura Sagrada, no livro do profeta Ezequiel, se dirigindo aos que vivem com dureza em seus corações, a palavra de Deus é contundente: “Eu lhes darei um só coração, porei no seu íntimo um espírito novo: removerei do seu corpo o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne, a fim de que andem de acordo com os meus estatutos e guardem as minhas normas e as cumpram. Então serão o meu povo e eu serei o seu Deus” (Ez 11,19-21). O nosso Deus, ao dialogar com Moisés, também diz: “Vejo que este é um povo de cabeça dura” (Ex 32,9). Caros amigos! Quem teima em viver com um coração de pedra, neste não habita o amor de Deus. Mas, diante de tudo isto, a graça e a misericórdia de Deus se fazem infinitamente abundantes. Digamos como o salmista: “Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!” (Sl 105). Vivamos nesta quaresma, um tempo de graça. Busquemos uma vida nova e peçamos a Deus que “se a consciência do pecado nos aflige, o socorro celeste nos alegre” (Oração do Missal, 4ª semana da quaresma). Abraços a todos!

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