Ez 37,12-14
Sl 129 (130)
Rm 8,8-11
Jo 11,1-45
Com a liturgia deste santo
domingo, iniciaremos a semana que antecede a grande Semana, ou como é mais
conhecida: a Semana Santa. Se observarmos cada episódio dos evangelhos, veremos
que o cerco está se fechando diante de Jesus. Querem a todo custo prendê-lo e
matá-lo. Neste quinto domingo da Quaresma, nossa espiritualidade é convidada a contemplar
o mistério do encontro de Jesus com Maria e Marta, por ocasião da recente morte
de seu irmão Lázaro. Jesus é avisado ainda mesmo quando Lázaro estava apenas
doente: “Senhor, aquele que amas está
doente” (Jo 11,3). Esta importante frase extraída do santo evangelho ressoa
em cada um de nós. A palavra amor também quer dizer amizade (do grego: filia). É
como se disséssemos em nossas orações: Senhor,
eu sei que tu me amas me acolhes e me ajudas, pois sem ti vivo doente, vivo a
padecer. Cura-me, Senhor! Jesus tem mesmo uma profunda amizade com cada um
de nós. Apresentando tal comportamento, diz: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para
que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (Jo 11,4). Prosseguindo a leitura, veremos que Deus realmente foi
glorificado. Lázaro, diante desta doença, experimentou a morte. Mas foi
amparado por Deus. O nome Lázaro significa exatamente isto: aquele que foi favorecido com as dádivas de
Deus. Marta e Maria, encontrando-se com Jesus, ambas sentindo profunda dor
pela morte do irmão, repetem as mesmas palavras: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo
11,21.25). Jesus sente muito a morte do amigo. Jesus amava muito aquele amigo.
São João expressa os sentimentos de Jesus, quando afirma que Ele chorou (Jo 11,35). Esta cena já nos prepara
para a magna experiência de nossa fé: a
morte e ressurreição do Senhor. É na ressurreição de Jesus que se encontra
todo o sentido e toda a razão de nossa fé.
É São Paulo a nos dizer: "Sabendo
que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não
mais tem domínio sobre ele." (Rm 6,9). Com este mesmo contexto, Jesus
fala a Marta e Maria: “Eu
sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo
aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” (Jo 11,25-26).
Jesus tem toda a autoridade para apresentar os desígnios de Deus. É o que
ouviremos do profeta Ezequiel: “e quando
eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o
Senhor” (Ez 37,13). Envolvido pela espiritualidade da ressurreição de
Jesus, São Paulo fortalece a nossa compreensão: “E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora
em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará
também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós” (Rm
8,11). Amigos! O mundo nos faz sentir tantas tristezas, desilusões e
amarguras. Decepcionamos-nos com tantas coisas. A vida se faz cheia de altos e
baixos. Esta é a sua dinâmica. Mas não percamos a fé, pois se o próprio Cristo
chorou, seria egoísmo de nossa parte não querer aprender diante da dor. Jesus
livrou Lázaro da morte. São João apresenta um detalhe bastante interessante.
Diz ele que Lázaro saiu do túmulo com as mãos e os pés amarrados, a ponto de
Jesus pedir que o desamarrassem para que ele voltasse a caminhar (Jo 11,44). Na
verdade, Lázaro, mesmo voltando à vida, ainda estava preso à morte, ou seja,
cedo ou mais tarde experimentaria a morte novamente. Convido os irmãos a lerem
o mesmo evangelho de João, diante do relato da ressurreição de Jesus (Jo 20,6-7). Diferentemente de Lázaro,
Jesus ressuscita e deixa os lençóis mortuários no túmulo. Jesus ressuscitado
não mais padece diante da morte. Supliquemos a Deus por nossas vidas.
Peçamos-lhe que esta quaresma nos permita ter sempre atitudes pascais. Coloquemos-nos
humildemente a dizer como o salmista: “Se
levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?” (Sl 130,3)”. Um
santo domingo a todos! Que Deus nos conserve e nos permita alcançar o propósito
de uma vida íntegra, coerente com os princípios do evangelho e verdadeiramente
digna de contemplar a ressurreição do nosso Salvador! Abraços!
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