Por que Jesus, ao
dizer que é o alimento da nossa vida, quis assumir a condição de pão? Pão é o
primeiro alimento do dia. Quando chega o momento do café da manhã, logo nos
lembramos do pãozinho que nos alimenta para o início de um novo dia. O padeiro
levanta muito cedo para garantir este alimento na mesa de milhares de pessoas. Cedo
porque tem pressa de dar conta do serviço. Deus tem pressa para vir a nós. Na
oração do Pai Nosso, pedimos sempre a Deus que jamais deixe faltar o pão nosso
de todo dia. Mas, ao rezarmos o Pai Nosso, peçamos para nos livrar de outras
fomes também. Não somente a fome do alimento do corpo, mas também as fomes e as
sedes que, infelizmente, provocam um vazio enorme entre nós. Quantas pessoas,
mais do que o vazio do estômago, sentem doer na alma um vazio de Deus? Jesus é
o alimento. É Ele o pão da vida. Se estivermos sempre atentos a este pão,
estaremos imunes a qualquer tipo de situação que nos cause medo e dor. Este alimento
fortalece. O testemunho dos primeiros discípulos na primeira leitura nos relata
isso (At 8,1b-8). Após a morte de Estêvão, os primeiros cristãos tinham motivos
suficientes para abandonar tudo e irem cuidar de suas vidas. Mas não foi esta a
cena. Eram homens e mulheres eucarísticos. Porque se alimentavam de Jesus estavam
preparados para a árdua missão. Enquanto os judeus mandavam matar os cristãos
acreditando estar assim dispersando aquela fé nascente, estavam, na verdade,
difundindo o amor cristão que não se apaga com a morte, mas se renova com a
fome e a sede de viver. Deus não dispersa a sua atenção, mas espalha as
sementes do seu amor. É o trigo novo que se lança para assegurar o pão que mata
a fome e revigora o nosso ser. É Jesus ressuscitado que nos faz ser capazes de
compreender as suas palavras e ações diante de nós.
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