A história é muito conhecida: um homem corrupto era
chefe dos cobradores de impostos, mas deseja se aproximar de Jesus. O contexto
da época nos narra que os cobradores de impostos exploravam demais, sobretudo
os miseráveis. Se um cobrador de impostos agia assim, o que dizer de um de seus
chefes? Mas é aí onde está o “ar” da graça. Em Romanos, São Paulo fala que onde
o pecado está, a graça de Deus tem permanência ainda maior. E assim justificamos
o desejo que Zaqueu tinha em seu coração. Desejava não simplesmente enxergar
como o cego do evangelho de ontem. Lucas cita que Zaqueu encontrou dificuldade
para ver, pois era baixo. Seria apenas a estatura que ocasionava empecilho em
meio à multidão? O povo que o evangelho nos falou ontem também emperrou a
aproximação do cego até Jesus. QUANDO VIVEMOS NO ERRO, ATRELADOS A
COMPORTAMENTOS NOCIVOS, SENTIMO-NOS PERDIDOS NA MULTIDÃO. Zaqueu não era só
baixo na estatura. Tinha também uma vida baixa, medíocre, hipócrita. Talvez
estejamos associados a este pequeno homem perdido na multidão. Mas desejemos
ver Jesus! Escutemos também Jesus a nos dizer: “HOJE QUERO ESTAR NA TUA CASA”.
A casa a que Jesus se refere é estadia certa para aqueles que desejam mudar de
vida. É o ambiente propício para a nossa formação humana e cristã. Enquanto
Zaqueu encontrava inúmeros obstáculos para chegar até Jesus, o Filho de Deus teve
mira certa. Olhou e penetrou o seu coração. A fidelidade de Deus é sempre
impressionante. Saibamos corresponder, ainda que nos custe certas renúncias.
Zaqueu aprendeu a lição e quis pagar o preço. Acolhamos ainda o gesto nobre que
nos chega com a primeira leitura (2Mc 6,18-31). Um profundo conhecedor da lei,
ameaçado de morte, caso não obedecesse aos comportamentos pagãos, preferiu a
decisão dos que lhe condenavam, do que se corromper. As leituras de hoje nos
fazem lembrar os nossos políticos, não é verdade? Olhemos para nós também.
Afinal, cada um tem um pouco de Zaqueu e um pouco de Eleazar. Meditando sobre
estas coisas nós estaremos compreendendo o que devemos fazer para VER JESUS. Abraços
do Padre Aureliano.
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